"Sofro com bullying desde quando entrei aqui. Os professores sabem, mas fecharam os seus olhos, fingiram não ver nada. É mais fácil assim."

Pepita tem 17 anos e é uma menina com coração muito bom, doce e bem carinhosa, as vezes por ser assim tão bondosa, ela acabou acreditando em pessoas que só queriam a machucar, na sua escola ela só podia contar com o apoio de duas pessoas, que eram as faxineiras do colégio.

Pepita sofreu bastante humilhações, violência física e psicológica quando entrou pra escola, geralmente quando acontece isso, sempre tem uma Líder por trás disso tudo e nessa história a líder se chama Canina, uma menina super arrogante que se acha a comandante de tudo, eu senti tanta raiva dessa personagem que chegou em um ponto, que eu náo tava conseguindo terminar de prosseguir com a história.

É um absurdo o quanto de pessoas envolvidas nas agressões e o ódio que Canina alimentava contra Pepita, simplesmente não havia nenhum motivo para aquilo, dava pra sentir na pele o que Pepita estava passando, o mais engraçado era que o corpo decente da escola simplesmente não se importava, parecia que era uma brincadeira e isso me matava de raiva, eles não tinham nenhum tipo de preparo para encarar essa situação.

"O que ela não sabia é que estava criando monstros dentro do colégio. Estava dando oportunidades para as pessoas não terem limites."

Vou ser bem rápida com a resenha, porque não quero dar spoilers pra ninguém....

Conforme no decorrer da história você acaba sentindo as dores de Pepita e fica rezando pra no final tudo dar certo, confesso que apesar de ter chorado bastante, eu acabei me surpreendendo em relação ao final da história, acredito que existem muitas Pepitas espalhadas pelo mundo a fora e creio que muitas não tem um final feliz.

A história de Pepita me lembrou, de uma fase bem parecida que aconteceu comigo na adolescencia e acho que foi isso que fez a história mexer muito comigo, Canina não tinha nenhum motivo para odiar Pepita mas ela simplesmente a maltrava, como as pessoas podem ser tão maus assim?! A relação dos pais de Pepita com ela, era um pouco estranha mas no decorrer da história, acabei entendendo o motivo.

O livro tem uma escrita muito fácil de ser compreendida, mas a pessoa tem que ter forças pra continuar a leitura, pois a história acaba mexendo bastante com seu psicologico, em cada capítulo inicia-se com uma citação bíblica o que eu achei muito bonito. Eu recomendo esse livro para todos os jovens, acho que vale a pena demais conhecer sobre um assunto, que acabou se tornando uma arma na mão de alguns jovens.

Mar' Junior eu sou suspeita pra falar sobre seus livros, eles sempre mexem bastante comigo, mas gostaria bastante de parabenizar você por esta história tão incrível, saiba que pode sempre contar com a Equipe do Contos Literários.

Trilogia PEPITA # 1
Autor: Mar' Junior
Editora: Amazon
Ano: 2017
Páginas: 256

Sinopse:

A história de PEPITA acontece no último dia de aula do ensino médio, no dia de sua formatura. Ela, deitada num sofá na biblioteca, onde sempre gostou de estar, relembra o seu passado, como chegou naquela escola aos 2, 3 anos de idade e que foi perseguida esses anos todos, sofrendo bullying. PEPITA nasceu num lar tão rico, que as suas próximas dez gerações não precisarão trabalhar. Menina bonita, magra, com dentes perfeitos, inteligente - lê muito -, desportista - ganhou tudo pela escola -, participativa nas atividades diárias normalmente, como Grêmio estudantil e aluna de notas excelentes. PEPITA tinha tudo para não sofrer bullying, mas o inverso aconteceu e ela não sabe até hoje porque Canina e sua turma a tratam tão mal e aprontaram com ela nesses últimos 15 anos, que ela espera nunca mais revê-las. PEPITA teve algumas perdas importantes na sua vida neste período, mas também teve encontros extraordinários. Sua relação com seus pais é a melhor, dentro do planejado com eles, só se comunicando por intermédio de bilhetes que são colocados num quadro no segundo andar da sua casa, onde ficam os quartos. PEPITA mostra que não precisa ser negro, pobre ou favelado para ser mau-caráter, basta ter uma família desestruturada para que isso venha à tona.