“Amar é fácil, difícil é sustentar esse amor nas contingências, apesar da nossa humanidade.”
Olá meus contos, tudo bem?!
Hoje trago para vocês a resenha do livro “O dia em que a morte morreu de confusão”, da escritora Fernanda Sucharski.
Logo de início conhecemos Átina, uma moça que nasceu com uma cangalha (pra quem não conhece, é uma sela colocada no lombo de animais de carga). Ela começou sua trajetória tatuando palavras, poesias e frases e foi através disto que ela começou a enxergar sua vida de outra forma. Átina acabou conhecendo o Aristo, um jovem muito educado e repleto de dúvidas, ambos se apaixonam, mas será que vão conseguir ficar juntos?!
Vamos conhecer mais dois personagens na história o Beltrano e Baltazar, ambos terão uma participação muito importante. Enfim, o Beltrano é um mendigo que foi encontrado morto e no decorrer da história é possível tirar muitas lições de vida através dele. Já o Baltazar é um senhor de idade que desiludido da vida de pintar quadros, acabou largando a profissão para trabalhar maquiando cadáveres, sabe o que os dois tem em comum?! Eles retornaram do mundo dos mortos, para entenderem o motivo do destino deles.
Qual a ligação que esses personagens tem e qual será o destino de ambos?!
“- O céu começa na terra [...].
- E o inferno também.”
A história em si vai se basear com uma discussão entre esses personagens, onde várias questões serão abordadas. Um ponto muito importante é que o leitor automaticamente vai mergulhar dentro da história, as questões abordadas pelos personagens são tão essenciais que a gente acaba repensando em cada detalhe da nossa existência aqui na Terra.
O que é a morte? É possível ir para o céu ou para o inferno? Aliás, é possível morrer quantas vezes? São tantas perguntas que será impossível encontrar uma resposta óbvia para todas.
Sinceramente esse livro conseguiu me deixar completamente pensativa, não imaginava 1/3 da história, apesar da quantidade de páginas é impossível relatar a riqueza de ensinamentos que a Fernanda conseguiu transmitir, fiquei completamente em choque e apaixonada por cada pedacinho do livro.
“Se era uma história de amor, não sabia. Mas era uma história de poesia. E ele gostava disso.”
Todos os personagens possuem características marcantes e isso acaba ligando um ao outro, com uma escrita poética e carregada de mensagens, iremos enxergar a “morte” de outra forma. Um ponto muito positivo foi que no decorrer da história percebemos a riqueza dos detalhes, hoje em dia é muito difícil encontrar livros na qual o autor(a) consegue passar isso sem tornar o assunto ficar clichê ou chato, a facilidade que a Fernanda abordou cada um dos temas me deixou ainda mais fascinada pela história.
“O dia em que a morte morreu de confusão” é um livro simplesmente diferente do que estão acostumados, aqui vocês conheceram uma história que terá boas doses de assuntos como: religião, filosofia, entre outros, vale a pena mergulhar e mudar sua vida com esse livro.
Autora: Fernanda Sucharski Matzenbacher /Editora: AUTORES PARANAENSES /
Páginas: 158
SINOPSE
Aprisionada por uma cangalha que a acompanha desde o nascimento, Átina procura libertar-se da vida sem desafios. Aristo é um jovem amante do mar que tem com ela uma grande sintonia, mas guarda uma angústia profunda sobre a sua própria existência, o que acaba por afetar a forma como ele vê seu relacionamento.
Átina e Aristo vivenciam um romance e, enquanto aquela está à procura de uma verdade que dê valor à sua vida, Aristo busca nesse romance a resposta para suas inquietações, acreditando que ao desgarrar-se irá encontrar sua essência e, então, o caminho da felicidade.
A morte de um mendigo que nunca amou e foi rejeitado no céu interrompe a entrega de uma carta de despedida. O encontro com um velho pintor, que lhes apresenta Florida Panihila, sua obra mais significativa, levará os quatro a conhecer a realidade sem definitivo, a única em que podem salvar-se. E para chegar lá há um caminho intenso, do qual nenhum deles pode fugir.
Beltrano é o mendigo que não tem espaço ou lugar e que, dentro de uma busca por provar que não se jogou na frente do carro que o atropelou, acaba por esconder a sua real perseguição: do significado do amor, em seu sentido mais amplo.
Baltazar é um velho desgostoso com a vida, que acabou por deixar de pintar quadros e passou a dedicar-se a maquiar defuntos. A euforia com o suposto funcionamento de sua mente após a morte acaba por esconder a sua ansiedade mais profunda, a porta que deveria abrir na sua mente e no seu coração.
Florida é o desaguar do velho em uma pintura na qual representa todo o seu tormento, mas também sua esperança, e que acaba por revelar-se como a proposta descarada da vida, sem as máscaras dos medos e dos desejos, mas que se esconde em suas contradições.
Conduzindo cada um deles em busca da própria verdade, e deixando-os conduzir pelas histórias uns dos outros, eles terão de fazer uma releitura de seu passado e traçar os caminhos para responder às suas próprias perguntas.
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